24/06/2010

CNBB: Campanha da fraternidade teve grande aceitação

Em entrevista coletiva concedida hoje, na sede da CNBB em Brasília, o presidente da entidade, dom Geraldo Lyrio Rocha e o vice-presidente, dom Luiz Soares Vieira, apresentaram a avaliação da CNBB sobre a Campanha da Fraternidade de 2010, que teve como tema "Economia e vida". De acordo com dom Geraldo, a campanha foi providencial pois veio num período de crise econômica. Nas palavras do bispo, "a campanha da fraternidade foi uma palavra profética".

Questionados sobre os frutos concretos desta campanha, dom Geraldo e dom Luiz ressaltaram que nem todo resultado se pode verificar imediatamente, como por exemplo a conscientização das pessoas. "A campanha da fraternidade se aprofunda nos grupos. E este tema é muito complexo. É preciso perceber que as causas de uma crise econômica não caem do céu. A autonomia do mercado sem critério ético causa um desequilíbrio que resulta na desigualdade social", afirmou o presidente. Ele declarou ainda que a campanha teve ampla conscientização e que muita gente já pode refletir que "o culto ao ‘deus dinheiro’ é que leva à morte".  

Para dom Luiz, os grupos que se multiplicam promovendo a economia solidária mostram novas vias para a economia. Ele também afirmou que o tema da Campanha da Fraternidade já pensada para 2011, que será "Fraternidade e a vida no planeta", também tem muito a ver com "economia e vida". "A maneira como o homem vê a economia piora as conseqüências para o planeta. Acredito que ano que vem será necessário sair ainda mais para as ações concretas e não ficar só nos discursos", disse o vice-presidente. 

Projeto Ficha Limpa 

Presidente e vice-presidente da CNBB também falaram sobre o sucesso da campanha pela ficha limpa dos políticos brasileiros. Para dom Geraldo, o projeto foi um grande exemplo da contribuição da igreja para um país democrático, justo. "Nós agradecemos o apoio das paróquias, das comunidades de base que tanto se empenharam e no intuito de conseguir tantas assinaturas para o abaixo-assinado", lembrou. De acordo com dom Luiz, mais de 90% das assinaturas foram concedidas através da igreja católica e que, através desta campanha, cerca de 2 mil pessoas não poderão se candidatar nas próximas eleições.

"Esperamos uma campanha eleitoral de alto nível, pois quando se parte para o ataque pessoal, saímos do parâmetro de uma sociedade civilizada", afirmou dom Geraldo diante da pergunta de um jornalista sobre o nível das campanhas eleitorais. Segundo ele, a CNBB já apresentou inclusive um documento sobre a reforma política e a reforma do Estado para que a sociedade brasileira tenha cada vez mais um processo político mais limpo. "A igreja não assume uma postura político partidária, apenas podemos orientar e conscientizar para que o ciclo vicioso de candidato corromper eleitor e vice-versa acabe", finalizou.

Fonte: Cimi
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