Revista Veja, alimentar-se-á do lixo que produz!
Uma revista que produz lixo, dele se alimentará. Que assim seja com a Veja. Este veículo de comunicação que, ao longo dos anos, se mantém produzindo um jornalismo pobre e unilateral.
A Veja semeia palavras falaciosas e ignora a ética no jornalismo. Ao contrário daqueles que ela ataca em muitas de suas reportagens. E me refiro, em especial, ao Povo Guarani, constituído de gente que preza a palavra e respeita o discurso verdadeiro.
As boas palavras de suas lideranças são valorizadas e enaltecidas. Pelo uso político delas, não raras vezes, são perseguidos, seqüestrados e assassinados.
Para os Guarani as palavras não devem ser lançadas ao vento. Elas brotam do coração de quem as pronuncia e fazem morada na pessoa que as escuta. As palavras devem ser proferidas para anunciar uma verdade e não para lançar sementes de preconceito, de tirania, de ganância ou de falsidade.
A Veja, por sua vez, faz uso da palavra escrita para consolidar certos interesses e privilégios políticos, econômicos e sociais. Para alcançar seu intuito se permite caluniar e destruir pessoas e povos.
Há quem pague por este tipo de prática jornalística. E, possivelmente por encomenda, a Veja investe contra os direitos e as garantias de povos e culturas milenares.
Lamentavelmente a revista tem se alimentado da mediocridade jornalística. Transforma as palavras em mercadoria e vende apenas uma versão dos fatos, aquela que agrada a quem paga.
A grandiosidade dos povos indígenas reside no fato de que eles valorizam o ser humano, as relações sociais e políticas, as formas diferentes de viver. E, ao contrário dos que promovem a mentira, eles carregam consigo dignidade.
Neste contexto, a Veja, para tristeza dos bons e valorosos jornalistas, fomenta, no seu meio, o descrédito.
O futuro deste jornalismo se extinguirá com a repulsa da sociedade. E lhe restará, como no caso da Veja, alimentar-se do lixo que produz.
Porto Alegre (RS), 11 de maio de 2010.
Roberto Antonio Liebgott
Vice-Presidente do Cimi