Indígenas continuam acampados na Esplanada dos Ministérios
Cerca de 150 indígenas permanecem em Brasília, acampados em frente ao Ministério da Justiça. Eles querem conversar com o ministro Tarso Genro (Justiça) e com o presidente Lula para pedir a revogação do Decreto 7.056, publicado em 28 de dezembro de 2009.
A maioria dos indígenas presentes é da região sul. De acordo com Romancil Cretã, uma das lideranças do Paraná, os indígenas perderam toda confiança que tinham em Márcio Meira, presidente da Funai. “O Márcio esteve na nossa região ano passado, conversou com todo o cacicado e chegou a comentar que se houvesse algum tipo de reestruturação na Funai, o Paraná não seria atingido. Mas não foi isso que aconteceu, pois se antes nós tínhamos três superintendências do órgão, agora nós não temos nenhuma”, desabafa Cretã.
O líder também não entende porque a reestruturação da Funai os prejudicou tanto. Segundo ele, o Paraná possui a segunda maior população da região sul do Brasil e a maior divisão territorial indígena. “Admitimos que é necessária sim uma mudança no órgão, mas não dessa forma como nos foi imposta. No Paraná a Funai precisava era de um melhor orçamento e que fosse mais presente nas terras indígenas. Mas não deveria ser fechada”, diz.
Cretã pretende falar pelo menos com a assessoria da presidência, para começar os diálogos. “Nós só vamos sair daqui quando conseguirmos ter uma conversa. Queremos que esse decreto seja no mínimo suspenso, e que uma proposta indígena, a nossa proposta de reestruturação seja aceita”, afirma.
Nesta terça-feira, 26, mais indígenas chegaram, vindos de Rondônia. E de acordo com Romancil Creta, mais 50 indígenas kaingangue devem chegar esta semana.