Grupos de Awá-Guajá sem contato continuam ameaçados no Maranhão
A situação de risco vivida pelos grupos Awá-Guajá sem contato na terra indígena Araribóia continua. Em novembro, deste ano de 2009, foi constatado que os madeireiros abriram uma estrada clandestina na parte norte da terra indígena Araribóia, rumo a Lagoa Buritizal, onde é o espaço de caça e coleta dos grupos Awá-Guajá, sem contato, que vivem há anos nesta terra.
A degradação ambiental, provocada pela abertura da estrada e pela retirada ilegal de madeira, chega a poucos quilômetros das principais lagoas, que são áreas privilegiadas de caça e coleta dos isolados. Além da água, as regiões são muito ricas em anajá, buriti, sapucaia e presença de muita caça, que faz parte da dieta alimentar dos Awá. Esses locais são imprescindíveis para a sobrevivência física e cultural dos grupos Awá na terra indígena Araribóia e por isso deve ser preservada.
Em 2007, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, IBAMA e FUNAI realizaram a Operação Araribóia que tinha como objetivo combater a criminalidade, ilícitos ambientais, contravenções dentro e no entorno da Terra Indígena Araribóia, além da extrusão de pessoas estranhas nas comunidades indígenas e proteção de um grupo da etnia Awá-Guajá que não mantém contato com os não índios, sendo um dos últimos povos nômades do Brasil. A segunda operação Atarawaca/Arco de Fogo, realizada na Terra Indígena Araribóia, aconteceu na região de Amarante do Maranhão no mês de dezembro de 2009, tendo como base o mesmo objetivo da anterior. Porém, o que se tem constatado nestes últimos anos é que apenas operações esporádicas não resolvem e tampouco impedem a retirada ilegal de madeira. É preciso, para esta terra, um programa de vigilância permanente que vise garantir a sobrevivência dos Awá-Guajá, pois, logo após a saída dos agentes, os madeireiros retomam suas atividades.
O Ministério Público Federal nestes últimos anos tem envidado esforços para a solução do problema em vista de amenizar conflitos existentes e coibir a extração ilegal de madeiras e a degradação ambiental. (http://noticias.pgr.mpf.gov.br/noticias-do-site/indios-e-minorias).
Em 2007, a FUNAI e as lideranças indígenas discutiram um projeto de vigilância permanente, porém até o momento não foi efetivado. Em conseqüência disto, o esbulho e os saques continuam. Ler mais em: (http://www.funai.gov.br/).
Para o Cimi, o primeiro passo importante foi dado pela FUNAI, quando confirma a existência dos indígenas isolados na terra Araribóia. Porém, o passo mais importante agora é a intensificação dos esforços de fiscalização e proteção da terra indígena Araribóia. Esta é uma medida que precisa ser tomada urgentemente para a proteção dos recursos naturais desta terra e para a sobrevivência física e cultural dos grupos de Awa-Guajá sem contato, e devolver a tranqüilidade aos Tenetehara-Guajajara.
Mais informações:
Funai www.funai.gov.br/ultimas/noticias/2_semestre_2009/dezembro/un2009_10.html