27/11/2023

Curso de Histórias e Culturas indígenas encerra mais uma jornada de conhecimento

Em sua oitava edição, o curso capacita mais de 60 multiplicadores da temática indígena em meio a uma crescente demanda por formação em histórias e culturas dos povos originários

Crianças do povo Boe-Bororo da aldeia Teresa Cristina, localizada em Mato Grosso. Foto: Renan Dantas

Por Renan Dantas*

Na última quinta-feira (23), a oitava turma do curso de Histórias e Culturas Indígenas, fruto da parceria do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) com a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), encerrou uma importante jornada de conhecimento.

Realizado no modo online desde 2020, o curso desempenha um papel crucial na capacitação de multiplicadores para abordar a temática indígena em diversos contextos. O aumento expressivo de inscrições neste ano, ultrapassando 600 candidatos, mais que o dobro de 2019 quando era presencial, revelou a crescente demanda por um entendimento sobre a história e as culturas indígenas.

A diversidade dos participantes, provenientes de diferentes estados e com formações acadêmicas diversas, enriqueceu os debates, tornando-se um espaço de aprendizado não apenas para acadêmicos, mas para profissionais de diversas áreas. A presença de renomados professores e educadores também conferiu qualidade e reconhecimento à formação.

O aumento expressivo de inscrições neste ano, ultrapassando 600 candidatos, revelou a crescente demanda por um entendimento sobre a história e as culturas indígenas

Clóvis Brighenti, professor da Unila e um dos coordenadores do curso, compartilhou a missão de desenvolver ações de formação com pessoas de diversas áreas do conhecimento, destacando a importância de rever conceitos equivocados deixados pelo colonialismo. Ele ressaltou a necessidade de contribuir para a desconstrução de preconceitos e criar relações respeitosas com os povos indígenas.

As trocas entre os alunos destacaram-se, enriquecendo o curso com contribuições diversas. A participação ativa proporcionou a escuta das vozes indígenas, abrindo olhos, ouvidos e corações para suas reivindicações e lutas. A experiência transcendeu as barreiras acadêmicas, inspirando o desejo de contribuir e reverberar a mensagem indígena.

A experiência transcendeu as barreiras acadêmicas, inspirando o desejo de contribuir e reverberar a mensagem indígena

O encerramento da oitava turma do curso não apenas marca o fim de uma etapa educacional, mas inaugura uma nova fase. Os participantes, munidos de conhecimento, sensibilidade e vivências compartilhadas, agora buscam promover a compreensão e o respeito às histórias e culturas indígenas em um cenário nacional e latino-americano em constante transformação.

Indígenas durante a realização do 15º Encontro Intereclesial de Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Foto: Renan Dantas

Depoimento dos cursistas

Adriana de Souza, Marabá (PA):

“O curso foi de uma qualidade muito grande. Gostei muito da forma como as aulas eram conduzidas, com incentivo à participação dos alunos. A recomendação do material bibliográfico é de muita qualidade. O curso deu uma noção introdutória ampla e incentiva que a gente se aprofunde. O legado importante foi abrir os olhos, ouvidos e o coração para ouvir o que essas populações têm a dizer.”

Inês Castilho, São Paulo (SP):

“O curso de extensão CIMI/UNILA, um curso de excelência, nos presenteou com um amplo espectro de conhecimento. O maior presente foi colocar em contato direto com a voz de cinco mulheres indígenas, com seus corpos-territórios carregados de ancestralidade. Todos choramos diante da beleza que elas nos entregaram do coração, ao contar como escutam a Mãe Terra e resistem à violência há mais de 500 anos.”

Ana Carolina Magnoni, Curitiba (PR):

“O curso CIMI/UNILA foi uma jornada transformadora. A diversidade de perspectivas e a profundidade das discussões proporcionaram uma compreensão mais ampla das riquezas das culturas indígenas. A conexão direta com as vozes indígenas, suas histórias e desafios, trouxe uma conscientização profunda. Sinto-me agora não apenas informada, mas comprometida em contribuir para a preservação dessas culturas e na luta por seus direitos.

As trocas entre os alunos foram enriquecedoras, destacando a importância das contribuições de cada um. Recomendo esse curso para todas as pessoas interessadas nessa temática. Espero ter ajudado. Um abraço.”

*Renan Dantas é jornalista e seminarista em Juína(MT). Também participou da oitava turma do Curso Histórias e Culturas Indígenas da parceria Cimi-Unila

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