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Em nota, povo Ka’apor se posiciona contra a implantação de projetos de Economia Verde dentro do território

Os Guardiões da Floresta atuam há cerca de dez anos na TI Alto Turiaçu em defesa do território sagrado. Crédito da foto: Ruy Sposati/Cimi

Por Assessoria de Comunicação do Cimi

No último sábado – 18 de fevereiro de 2023 –, o Conselho Tuxa Ta Pame, do povo Ka’apor, divulgou uma nota pública com a sua posição sobre a Economia Verde. No documento, os indígenas afirmam ser contrários à implantação de medidas que se encaixem nesse modelo econômico dentro da Terra Indígena (TI) Alto Turiaçu (MA).

“Nós, do território indígena do Alto Turiaçu, diante da omissão histórica do Estado brasileiro, desenvolvemos nossas estratégias de autonomia e, assim, estamos protegendo nossas florestas”, afirmam em nota.

“Assistimos agora, com preocupação, a tentativa de implantar no coração do nosso território projetos de ‘Economia Verde’, com essa REDD+, visando a mercantilização da natureza e a cessão da gestão da floresta para os interesses corporativos do mercado”, diz outro trecho.

Veja abaixo a íntegra da nota (ou clique aqui [1]).

 

“NOSSO TERRITORIO, NOSSA FLORESTA NAO ESTA A VENDA”

NOTA PÚBLICA DO TUXA TA PAME SOBRE A ECONOMIA VERDE

Nós do território indígena do Alto Turiaçu, diante da omissão histórica do Estado brasileiro, desenvolvemos nossas estratégias de autonomia e assim estamos protegendo nossas florestas.

Quase sem acesso a nenhuma política pública, ameaçados e hostilizados por grupos locais que disputam nossos bens culturais, seguimos em nosso projeto de vida (jupihu katu ha), que envolve a transição agroecológica, um projeto de educação próprio e uma estratégia de defesa territorial por nossa guarda de autodefesa (ka’a usak ha ta).

Assistimos agora com preocupação a tentativa de implantar no coração do nosso território projetos de “economia verde” com essa REDD+, visando a mercantilização da natureza e a cessão da gestão da floresta para os interesses corporativos do mercado.

Nesse sentido, o TUXA TA PA ME vem a público se posicionar contra toda e qualquer medida que vise a implantação desse tipo de projeto na Terra Indígena Alto Turiaçu.

Gurupiuna, Centro Novo do Maranhão, 18.02.2023