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CNBB, em nota, demonstra apreensão com mudanças do governo federal nos conselhos paritários 

Foto: Luiz Lopes Jr/CNBB

“O governo não pode agir sozinho. A sociedade civil tem que participar”, diz trecho da nota da CNBB. Crédito da foto: Luiz Lopes Jr/CNBB

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma nota manifestando “apreensão” sobre a postura “que o Executivo Federal vem adotando em relação aos conselhos paritários, legítimos organismos de participação popular na gestão da sociedade brasileira”. 

Para a entidade, a recente publicação do Decreto nº 10.003/19, que altera procedimentos no Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA), ocorreu de maneira abrupta e destituiu os conselheiros da sociedade civil, legitimamente eleitos e no exercício do mandato vigente.

“O governo não pode agir sozinho. A sociedade civil tem que participar. Não se pode desmontar as estruturas de participação social que exercem papel fundamental para nossa nação”, diz trecho da nota.

Leia na íntegra: 

 

NOTA SOBRE OS CONSELHOS PARITÁRIOS

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) acompanha com apreensão a postura que o Executivo Federal vem adotando em relação aos conselhos paritários, legítimos organismos de participação popular na gestão da sociedade brasileira.

A recente publicação do Decreto nº 10.003/19, que altera procedimentos no Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA), explicita esse modus operandi. A medida, de maneira abrupta, destituiu os conselheiros da sociedade civil, legitimamente eleitos e no exercício do mandato vigente. Além disso, violou o princípio da democracia participativa, oriundo da Constituição Federal, demonstrando uma equivocada compreensão dessa questão.

O governo não pode agir sozinho. A sociedade civil tem que participar. Não se pode desmontar as estruturas de participação social que exercem papel fundamental para nossa nação. Os clamores do povo, suas necessidades e a sensibilidade social vêm exatamente dessa participação e impactam a formulação das políticas públicas.

Os bispos do Brasil exortam todos os conselheiros e conselheiras, ligados às diversas instâncias governamentais do nosso país, a manterem a esperança. Acreditando na força do diálogo, esperam a revisão do decreto 10.003/19, bem como da postura em relação aos conselhos paritários. A cidadania e a democracia participativa contribuem para a construção de uma nação mais justa, fraterna, solidária e democrática.

Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, continue intercedendo pelo nosso País.

Brasília, 19 de setembro de 2019

 

Dom Walmor Oliveira de Azevedo 

Arcebispo de Belo Horizonte – MG 

Presidente da CNBB

 

Dom Jaime Spengler, 

OFM Arcebispo de Porto Alegre – RS 

1º Vice-Presidente da CNBB

 

Dom Mário Antônio da Silva

Bispo de Roraima – RR 

2º Vice-Presidente da CNBB

 

Dom Joel Portella Amado

Bispo Auxiliar de S. Sebastião do Rio de Janeiro – RJ

Secretário-Geral da CNBB