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Justiça suspende despejo de parte do tekoha Laranjeira Nhanderu

Enquanto aguardam demarcação, indígenas lutam por autonomia alimentar e liberdade para transitar e acessar serviços básicos. Foto: Cimi MS

Enquanto aguardam demarcação, indígenas lutam por autonomia alimentar e liberdade para transitar e acessar serviços básicos. Foto: Cimi MS

Por Ascom/Cimi

Nesta sexta (21), a ordem de despejo que ameaçava os Guarani Kaiowá de parte do tekoha Laranjeira Nhanderu desde o início de novembro foi suspensa pelo Tribunal Regional Federal da Terceira Região (TRF-3).

A presidente do tribunal, Therezinha Cazerta, acatou o pedido da Funai e suspendeu a medida, que poderia desalojar 38 famílias e mais de 80 indígenas, grande parte dos quais crianças e idosos.

“Já cansamos de esperar por demarcação, são onze anos lutando. Não queremos mais fome, precisamos sobreviver”, havia afirmado Kunha Potý’i, moradora da comunidade, quando a Polícia Federal contatou os indígenas para avisar que iniciaria os procedimentos para a reintegração de posse [1], na semana passada.

Conforme a decisão de Cazerta, o despejo fica suspenso até que a ação de reintegração de posse seja apreciada pela corte do TRF-3, segunda instância da Justiça Federal.

Os Kaiowá já haviam plantado roças de mandioca, abóbora e feijão na nova retomada, estabelecida como parte da busca dos indígenas por autonomia territorial e alimentar.