Após 63 dias da greve de fome iniciada em 13 de março, os líderes Mapuches Juan Marileo, Juan Carlos Huenulao, Florencio Marileo e a estudante Patricia Troncoso, presos no Chile, suspenderam temporariamente este protesto após acordo com o governo, que se comprometeu a tratar em caráter de suma urgência o projeto de lei que permite conceder liberdade condicional a condenados pela lei anti-terrorista.
Os acusados foram condenados, em 2003, pelo incêndio no campo Poluco Pidenco, atualmente sob a posse da empresa Forestal Mininco, mas que faz parte da terra tradicional do povo Mapuche, no Sul do país. No entanto, eles questionam algumas provas do inquérito e o depoimento de testemunhas com o rosto coberto no julgamento. Também não concordam com o embasamento sobre o qual a sentença, de dez anos de prisão e multa de 400 milhões de pesos, foi proferida.
A condenação foi definida, entre outros argumentos, com base numa lei antiterror da época da ditadura militar, ainda em vigor no país. Para modificar esta legislação, além de avaliar a possibilidade de liberdade condicional, o parlamento chileno vai apreciar um projeto de lei que especifica o alcance que um fato deve ter para ser qualificado como ato terrorista. Esta iniciativa é proposta dos deputados Antonio Leal, Juan Bustos, Jaime Quintana e Eduardo Díaz.
Estes projetos se fundamentam na avaliação de que as pessoas processadas por delitos relacionados a reivindicações de direitos consagrados devem ser julgadas de acordo com a constituição e os instrumentos internacionais de Direitos Humanos assinados pelo Chile. Enquanto o parlamento analisa as propostas de mudança na Lei, os grevistas serão tratados no Hospital Regional de Temuco.
(Com informações da Agência Adital)